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Cold & Grim Black Metal.
Uma nostálgica jornada de volta aos anos 90, forjada nas sombras por veteranos da cena underground paulista, contando com membros e ex-membros de bandas como Spell Forest, Mythological Cold Towers, Templum, Unholy Outlaw e outras.
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Vulthum "Shadowvoid" Slipcase CD
Cold & Grim Black Metal.
Uma nostálgica jornada de volta aos anos 90, forjada nas sombras por veteranos da cena underground paulista, contando com membros e ex-membros de bandas como Spell Forest, Mythological Cold Towers, Templum, Unholy Outlaw e outras.
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Resenha no "The Old Coffin Spirit 'zine/portal", por Daniel Miloch.
“Shadowvoid” é um trabalho de estreia, mas não um trabalho de estreia regido pelo trivial em meio a tantas cópias de cópias de cópias… Ele é o primeiro pergaminho sonoro da VULTHUM — a mais nova (ou nem tão nova assim) entidade a representar o Black Metal nacional. Sendo franco — talvez um pouco saudosista ou mesmo empolgado, tanto a banda quanto o álbum já nasceram clássicos!
O VULTHUM é um projeto criado 2019 por três grandes (e respeitadíssimos) expoentes do Undergound Brasileiro; o guitarrista Shammash (Mythological Cold Towers, Unholy Outlaw, Templum, ex-Guehenom), o vocalista Samej (Mythological Cold Towers, Templum, ex-Desmodus Rothundus) e o baixista/guitarrista Thorngreen (Templum, Unholy Outlaw, ex-Spell Forest, ex-Berzabum). Com uma formação dessas, nada menos que espetacular era esperado e posso afirmar com veemência que sim, o álbum é magnifico de um extremo ao outro. Dos ventos e sinos que pressagiam a primeira faixa até o eco do último riff na última.
Às formalidades: “Shadowvoid” foi gravado entre setembro de 2020 e maio desse ano, sendo produzido por Eric Cavalcante (Vazio, Creptum). E que bela produção o artefato exibe, nada polida ou cristalina, mas sensível à organicidade dos instrumentos, discerníveis até mesmo nos momentos de oratória do caos. A capa, assinada pelo sempre criativo Rodrigo Bueno (Lacrima Mortis, HellLight) é um afago nas retinas de quem aprecia uma arte simples, mas bem feita e conjugada à abordagem sonora que a traja — nada de pinturas clássicas, ilustrações do Gustave Doré, simbologia nonsense ou paisagens épicas à la Albert Bierstadt.
A sonoridade da VULTHUM não apresenta nada de novo, raro ou inovador e é justamente por se esquivar de modernices e experimentos desnecessários que todas as 08 faixas soam tão únicas, naturais e honestas. Não há apelos ao exótico, não há aventuras ou acolhimentos ao inusitado, no álbum todos os caminhos levam ao passado, a glória e ao frio primordial que suspirava nos sulcos das obras clássicas e majestosas dos anos 90.
Ventos gélidos por entre árvores e distantes sinos prenunciam “Under The Icons Of Mighty” e seu instrumental altamente poderoso e ríspido. Faixa veloz e de estética bruta, mas trabalhada e atmosférica na medida certa. “As The Ashes Of Pyre” consegue ser tão malévola quanto feroz em seus sucintos minutos, assim como a faixa título. Ambas com uma performance avassaladora de todos os músicos, mas, com uns centímetros a mais de destaque para o vocalista Samej. Que aula de como “cantar” Black Metal com fúria, intensidade e propriedade! As linhas de bateria de Jack Ferrante também são subliminares, seja nos violentos ataques que desfere ou nos intervalos, quando investe noutros andamentos e texturas — “Visions Of A Frozen Dawn” é um bom exemplo dessas mutações rítmicas.
“Throne Of The Fallen” é a manutenção do caos dentro do álbum; densa e repleta de feeling negro —, e nada mais precisa ser dito. A sétima faixa “Enter The Spectral Gates” segue o mesmo raciocínio; velocidade inumana e riffs obscuramente fantásticos! Potencia blasfema com o ponteiro no máximo! Contudo, vamos àquelas que, ao meu gosto, são os dois clássicos (mais clássicos) de “Shadowvoid”; a sexta faixa “Horned Realms Rise” e o ômega, aqui, denominado de “A Cold Moon Over Grim Kingdoms”. A primeira por se desenvolver em médio tempo e evidenciar os magníficos arranjos de teclado do produtor Eric Cavalcante; tal elevação tornou uma composição já excelente em algo simplesmente épico. Próximo ao fim a velocidade é novamente reduzida e o pandemônio cede espaço para melodias discretas de guitarra que culminam num final acústico grandioso. A segunda, por sua vez, representa toda a glória e majestade não só da VULTHUM, mas de como o Black Metal era em suas primeiras eras. Sinistra, maligna, devastadora e com alguns densos parênteses de melancolia enegrecida.
Diferente de tantas outras bandas que se autoproclamam “old school”, a VULTHUM realmente é. Não há emulações em sua música, tampouco tentativas de recriação. Tudo é muito puro, coeso e honesto, e é aí que está o segredo — quando a arte nasce e ganha fibras de maneira espontânea. “Shadowvoid” será lançado em CD pela Drakkar Productions Brazil (divisão sul-americana da gravadora francesa Drakkar Productions) e em versão K7 pelo selo Angel Of Cemetery Records, mas convenhamos, uma edição em LP seria mais que bem-vinda (fica a sugestão/apelo).
Resenha no portal "Lucifer Rising", por Alan Luvart.
Uma música direta e reta sem muitas frescuras, uma parte gráfica preto no branco sem muitas novidades, um logotipo bem convencional para os dias atuais, aí vocês me perguntam… “ok, o que tem de novidade nisso?” A resposta logo aparece, todo o brilhantismo desse primeiro trabalho do Vulthum “Shadowvoid” é simplesmente o fato de ser um trabalho reto, simples sem muitas frescuras em sua parte musical e gráfica, e o resultado disso foi um tiro certeiro, pois aqui podemos ver e ouvir um black metal que apesar de soar frio e direto é um trabalho muito bem produzido e de uma inteligência musical invejável.
Formado por nada mais nada menos por veteranos e experientes músicos, atuais membros do Mythological Cold Tower e Unholy Outlaw, são eles o Vocal Samej, (Mythological Cold Towers, ex-Templum e ex-Desmodus Rothundus) que vocifera nesse trabalho uma linha de vocal nada parecida com a do Mythological Cold Tower, o guitarrista Shammash, (Guehenom, Mythological Cold Towers, Unholy Outlaw, ex-Templum) afiadíssimo com riffs criativos, perturbadores e infernais e o baixista Thorngreen (Unholy Outlaw, ex-Templum, ex-Spell Forest), alem das participações de Jack Ferrante na Bateria, Eric Cavalcante (Vazio) fazendo algumas passagem de teclados dando todo aquele ar mórbido para a musica, alem do mesmo que também produziu toda essa obra e uma bela passagem acústica de Bruno Augusto em “Horned Realms Rise“.
O trabalho começa com a “Under the Icons of the Mighty” com sinos anunciando um prelúdio para riffs infernais e perturbadores, a segunda faixa “As the Ashes of Pyre” uma verdadeira pancada viajante e odiosa seguida da faixa titulo “Shadowvoid” (uma de minhas preferidas), “Visions of a Frozen Dawn” mostra uma introdução musical mais cadenciada e bem viajante logo seguido de uma pancada sonora, e falando em pancada “Throne of the Fallen” a quinta faixa que remete bem o titulo musical, outra faixa muito destruidora a “Horned Realms Rise“, uma aula de musica extrema muito bem feita. A sétima faixa “Enter the Spectral Gates“, crua, caótica e destruidora e logo fecha o álbum com a excelente “A Cold Moon Over Grim Kingdoms“, fria e perturbadora. Um ótimo álbum onde as vezes menos é mais, acertaram no alvo com “Shadowvoid“, pois criaram um álbum simples, direto e cru, tudo na medida certa, black metal scandinavo nos velhos moldes dos anos 90, com uma excelente produção musical.
A parte gráfica que pra mim também é muito importante foi outro ponto colocado na medida certa, a arte criada por Rodrigo Bueno uma capa bem anos noventa, que apesar de ser bem simples tem tudo haver com o titulo e nome da banda, uma capa que como “Shammash” disse na live para a Night Of Terror: “uma capa com vultos como a contra capa do álbum Possessed do Venom“, acertaram ate na simplicidade do logo, pois atualmente existem muitos logos feitos por excelentes artistas, logos muito bem trabalhados com pentagramas e cheios de simbologias e o Vulthum com um logo já “manjado” para os dias atuais conseguiram também captar toda essência da velha guarda do black metal com seus encartes preto no branco, direto, sombrio e cru.
Um ótimo álbum onde conseguiram deixar toda sonoridade crua, direta e simples em um álbum magnífico e certeiro em sua proposta musical e gráfica
Depois de ouvir o álbum “Shadowvoid“, nunca mais vou ver Darkthrone da mesma forma…. Somente uma opinião pessoal. Se acharem exagero… é simples, ouçam este trabalho, peguem logo o seu, pois é limitado em 500 peças!
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